quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Falecimento da Fundadora da Pastoral da criança.


Falecimento da fundadora entristece a família da Pastoral da Criança
Zilda Arns estava entre as vitimas do terremoto no Haiti

“A confirmação do falecimento da Dra. Zilda Arns Neumann – Fundadora e Coordenadora Internacional da Pastoral da Criança, é muito triste. Ela era como uma mãe para todos nós”. Esse é o sentimento da coordenadora da Pastoral da Criança na Bahia, Zofia Kusy, sobre morte da medica Pediatra e Sanitarista que se encontra entre as vítimas do forte terremoto que abalou o Haiti nesta terça-feira,(12 ). Dra. Zilda estava no Haiti participando da Conferência dos Religiosos daquele país e também para motivar os líderes e voluntários da Pastoral da Criança haitiana que trabalham com crianças, gestantes e famílias.
Na Bahia
A Pastoral da Criança conta com apoio de uma rede com mais de 28 mil voluntários nas mais de 5.200 comunidades espalhadas por 380 Municípios onde está implantada. A maioria dos voluntários são mulheres que atuam como líderes nos locais onde moram orientando as famílias, dando assistência à saúde física e espiritual, exercendo papel fundamental na defesa da vida dos mais pobres.
Coordenada na Bahia pela missionária Zofia Kusy - que neste momento se encontra em Ilhéus(Sul da Bahia) confirma que esta Pastoral esta presente em todas as dioceses da Bahia, atendendo mensalmente cerca de 200 mil crianças de 0 a 6 anos, com suas 141 mil famílias e aproximadamente 15 mil gestantes num universo de 1.032.476 crianças pobres, segundo o IBGE.
Amor a vida
Tudo começou em 1982, em uma reunião da ONU sobre a paz mundial, na Suíça. James Grant, na época diretor executivo do UNICEF, que sugeriu ao Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns a criação de um projeto de Igreja para combater as altas taxas de mortalidade infantil no Brasil, provocadas principalmente pela diarréia.
Em seu retorno, Dom Paulo procurou sua irmã, a Dra. Zilda Arns Neumann, e propôs-lhe que desenvolvesse o projeto. A CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil indicou seu atual presidente, Dom Geraldo Majella Agnelo, na época Arcebispo de Londrina, para acompanhar a Dra. Zilda Arns no desenvolvimento do trabalho.
Em 1983, foi criada a Pastoral da Criança, como um projeto piloto implantado na Paróquia de São João Batista, município de Florestópolis, Arquidiocese de Londrina, norte do Paraná. Neste pequeno município, onde 74% do trabalho era realizado por lavradores bóias-frias, morriam 127 crianças para cada mil nascidas vivas. Após um ano de atividades, o trabalho de amor e dedicação dos líderes comunitários fez este índice cair para 28 mortes para cada mil crianças nascidas vivas.
Em 1984, a Dra. Zilda Arns Neumann foi convidada a apresentar o trabalho aos Bispos do Brasil, em Assembléia Geral da CNBB, em Itaici, estado de São Paulo. Com este apoio, a Pastoral da Criança cresceu, e há dez anos está em todos os cantos do país.
Ecumênica
Trata-se de um organismo de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, de atuação ecumênica, isto é, aberta a pessoas de todas as religiões. Também não faz distinção de etnia, cor, sexo, opção política ou nacionalidade. O voluntário da Pastoral da Criança realiza mais do que um trabalho junto às famílias que acompanha: ele tem uma missão de Fé e Vida, de fraternidade cristã, de amor e de co-responsabilidade social.
Família e a comunidade
A base de todo o trabalho da Pastoral da Criança são a família e a comunidade. A dinâmica consiste em capacitar líderes comunitários, que residem na própria comunidade, para mobilização das famílias nos cuidados com os seus filhos. Uma metodologia que tem três grandes momentos de intercâmbio de informações que ajudam no fortalecimento da solidariedade. São as visitas domiciliares mensais, realizadas pelos líderes a cada família acompanhada; O dia da Celebração da Vida, quando cada comunidade se reúne para pesar todas as suas crianças e se transforma no momento de celebração da vida; As reuniões mensais entre os líderes de uma mesma comunidade, para refletir e avaliar o trabalho realizado no mês anterior e para reforçar a soma de esforços para superar as dificuldades.
Desenvolvimento integral
Em todas as comunidades atendidas, coloca-se em prática um conjunto de ações que vão daquelas voltadas para a sobrevivência e desenvolvimento integral da criança até a melhoria da qualidade de vida das famílias carentes, tanto no plano físico e material como no espiritual. Entre essas ações destacam-se: Apoio integral às gestantes; Incentivo ao aleitamento materno - a primeira escola do amor e da paz; Vigilância nutricional; Alimentação enriquecida; Controle de doenças diarréicas; Controle de doenças respiratórias; Remédios caseiros; Estímulo à vacinação de rotina das crianças e das gestantes; Brinquedos e Brincadeiras; Educação para Paz; Prevenção de doenças sexualmente transmissíveis; Saúde Bucal; Catequese do ventre materno aos seis anos de idade.

Informações:
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Ass. de imprensa
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